quarta-feira, 23 de junho de 2021

1939 - Os Trabalhadores presos na Greve do Carbureto

Logo, no primeiro dia de greve, 02-01-1939, foram presos 10 trabalhadores e, nesse mesmo dia levados para os calabouços da PSP na Covilhã, onde permaneceram 10 dias, antes de serem enviados para  a sede da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, a antecessora da PIDE) no Porto.

Dados comuns:

Procº 31/939,

12-1-39, entraram na delegação do Porto (o.s.15),

15-1-39, postos em liberdade (o.s. 77) 

 Os Nomes:

10998 - JOÃO PORFÍRIO MARTINS, solteiro, Mineiro, natural de Vales do Rio, nascido a 2-1-1911 (fez 28 anos o dia em que foi preso), residente em Cebola.

10999 - BENTO DA COSTA, solteiro, Mineiro, natural de S. Vicente (da Beira), nascido a 31-1-1915 (fez os 24 anos na cadeia), residente em S.Francisco de Assis.

11000 - MANUEL FERNANDES, casado, Mineiro, natural de Dornelas do Zêzere, nascido a 26-1-1903 (fez 36 anos na cadeia), residente em Dornelas do Zêzere.

11001 - AUGUSTO DIAS, casado, Marteleiro, natural da Barroca, nascido a 11-12-1914 (24 anos), residente em Alguidão(!!) (Alqueidão).

11002 - ALFREDO ARAÚJO PEREIRA "CARRIÇO", casado, Carregador, natural da Covilhã, nascido a 30-11-1902 (36 anos), residente em Covilhã (!?).

11003 - ARTUR ALÍPIO, solteiro, Mineiro, natural de Vila Flôr, nascido a 16-1-1920 (fez 19 anos na cadeia), residente em S.  Francisco de Assis.

 11004 - SEBASTIÃO RAMOS, casado, Marteleiro, natural do Louriçal do Campo, nascido a 25-1-1913 (fez os 26 anos na cadeia), residente na Barroca Grande.

 11005 - ANTÓNIO DIAS ANTUNES, solteiro, Mineiro, natural da Covilhã, nascido a 5-3-1915 (fez os 24 anos na cadeia), residente na Covilhã

11006 - JOSÉ JOÃO, solteiro, Mineiro, natural da Malhada Chã, data de nascimento não consta, residente em Malhada Chã.

11007 - MANUEL DUARTE, solteiro, Mineiro, natural da Malhada Chã, idade de 19 anos, residente em Minas da Panasqueira.

terça-feira, 3 de março de 2015

CEMITÉRIO(S) DE CEBOLA

Andando eu à procura de uma coisa, os limites da nossa freguesia, aquando da sua criação, encontro outra. Este “achado”, para mim, foi tão extraordinário, que não consegui resistir à tentação de o partilhar.
Transcrevo, a parte que nos diz respeito, do cap. Cemitérios do Concelho, do livro História Temática da Covilhã (1800-1926) IV Desenvolvimento e Urbanismo do Prof. Rui Delgado
(…)
Cebola[S. Jorge da Beira]

Teve cemitério muito cedo, mas não seria do agrado da população. Com efeito, o único e grave incidente ocorrido, devido ao apego enraízado nos povos de enterrar os entes queridos na igreja, teve exactamente lugar na povoação de Cebola. O grave mas caricato episódio foi narrado ao Governo Civil, em 26.10.1849; o padre foi a casa da finada para celebrar as cerimónias fúnebres. Disposto o cortejo, ao passar junto da igreja gritava-se «para a igreja! para a igreja»! O padre foi sossegar por momentos os que assim procediam e ao tomar o seu lugar na presidência do acto, quando se preparava para rezar algumas orações pela alma da finada, virando-se, já não a encontrou, tendo sido informado de que algumas mulheres a haviam conduzido à igreja e ali a enterraram. O padre, porém, não encontrando nenhum apoio nos moradores de Cebola, recolheu-se a casa...
Concluiu o administrador que a maior parte da população está envolvida no caso e, por isso, não é possível recolher informações ou testemunhas. Contudo, requisitou-se uma força de cinquenta baionetas para virem ocupar durante algum tempo o lugar de Cebola, que se torna digno do mais severo castigo «que serviria de exemplo às mais populações».
A ocupação pela força militar provocara ocorrências criminosas no dia 28 de Outubro, segundo o pároco da freguesia. Decorreu inquérito, mas não foram identificados os culpados do enterramento na igreja. O, autor, avisado, ter-se-ia posto em fuga. O castigo de 6 ou 7, diz o administrador, não poderá servir de exemplo e fazer entrar nos seus deveres os moradores da população, que demonstraram, à saciedade, falta de respeito às autoridades e às leis. Os tempos, porém, não eram de feição a aplicar medidas de mão pesada... Mas, também é certo, que a autoridade não perdeu a sua força moral – os indivíduos foram descobertos, o mentor fugido foi capturado, o julgamento ia ter lugar e a força de ocupação retirou!
Só em 06.12.1893 a Junta se queixa do novo cemitério. Sem coveiro e sem estar construído em harmonia com os preceitos higiénicos e, pior de tudo!, «não tem necessária capacidade». Em 05.03.1902, a Junta pediu a ampliação do cemitério. A Câmara não respondeu, adiando-se a questão. Tudo o resto viria após 1926...

domingo, 27 de outubro de 2013

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AMÉLIA SANTOS - Heroína da República



(...) -Já era republicana há muito tempo?
- Ora essa! Eu fui sempre republicana. Nunca o disse a ninguém, porque, compreende... há quem ache ridículo que as mulheres tenham ideias avançadas...
- E como se resolveu a tomar parte na revolta?
- Da maneira mais simples. Compreendi que era esse o meu dever. Então era justo deixar que os homens se estivessem a bater e a morrer pela causa de todos, enquanto nós nos encondíamos, medrosamente em casa? Para empunhar uma arma, tanto serve um homem como uma mulher. É certo que eu não sabia manejá-la; mas também lá estavam homens nas mesmas condições e que depressa aprendiam. Assim fiz eu.
(...)
Excerto da entrevista que, Amélia Santos, a heroína da Rotunda, deu ao Jornal A Capital, do dia 14 de Outubro de 1910. A entrevista, na totalidade, poder ser lida aqui

1939 - Os Trabalhadores presos na Greve do Carbureto

Logo, no primeiro dia de greve, 02-01-1939, foram presos 10 trabalhadores e, nesse mesmo dia levados para os calabouços da PSP na Covilhã,...